Do programa preliminar proposto relevamos a vontade de adaptação da antiga capela do Seminário a um espaço de contemplação e silêncio, de suporte à vida em comunidade no Seminário e à Vida de todos aqueles que a procuram.

Um volume paralelepipédico com 38 metros quadrados de área e uma altura interior de 2,75 metros, iluminado a sul, constitui o suporte e oportunidade de regeneração de um antigo espaço pouco adaptado a uma ideia de Igreja actual.

Procurou-se um simplicidade fortemente estruturada associada à construção de uma nova atmosfera, filtrando com bambu a luz exterior e revestindo as paredes de branco… Um banco em madeira de mogno abraça o espaço de celebração, convocando a identidade de uma comunidade reunida em torno do ‘estranho’ de Emaús. A ideia de uma participação activa da comunidade na celebração, uma das orientações de fundo do Concílio do Vaticano II, foi antecipada por Rudolf Schwartz a propósito da intervenção em Rothenfels: «Aqui levava-se a sério o facto de que uma comunidade pode organizar as suas próprias formas espaciais (…). Que o espaço sagrado repouse inteiramente sobre a comunidade e o seu agir, e que esse espaço surja e desapareça com a liturgia, com renúncia a todo o dispositivo arquitectónico, é uma coisa bela. No início, não há mais do que espaço do mundo: a passagem do Senhor teve lugar.»

Ficha técnica

Arquitectura
– Bernardo Pizarro Miranda
– Dina Gonçalves Ferreira
– Rúben Ferreira
– Susana Rego
– Ana Fragata

Promotor / Proprietário
– Missionários da Consolata | Centro Missionário Padre Paulino – Cacém

Empreiteiro
– Caió Construção Civil Lda.

Fotografia
– Renata Macedo

Cacém, 2019